Diário de Bordo Zakit

Apresenta a tua CBF 125 à comunidade e mostra as tuas modificações e viagens.
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Diário de Bordo Zakit

Post by zakit »

(Edit a azul)

Não tenho tido por hábito fazer diários de bordo mas acho que devo fazer uma entrada como uma espécie de ponto de situação.

Ponto de situação actual
A CBF cinzenta está com 3 anos e quase nos 28.000 km.

Na revisão anterior (24.000 km) houve uma desconfiança de consumo de óleo excessivo. Recomendação de verificação aos 26.000km executada por mim e apresentava o nível ao meio. Portanto ainda assim normal. Talvez tenha havido um consumo superior por ter andado com pendura e estarmos no topo do peso de carga da moto, com algumas subidas mais puxadas.

Problemas mecânicos/eléctricos
Problemas concretamente houve poucos. Se esquecermos a ferrugem que não é totalmente um assunto do passado. Estou a considerar pedir orçamento para substituição de todos os elementos que apresentem ferrugem ou pintura, conforme a peça.
Ainda neste capítulo, ao fim de quase 2 anos, os contactos eléctricos criaram uma espécie de "jorra" que começaram a fazer a iluminação cintilar. Na revisão que seria em breve esta situação foi reparada com uma limpeza aos contactos. Não mais voltou a dar problemas.

Os problemas actuais são com luzes queimadas:
  • * Iluminação do quadrante do lado direito
  • * Luz de médios
  • * Luz de stop/presença (entretanto reparada a semana passada)
As luzes do quadrante já estão há algum tempo, não são problemáticas e esqueci-me de as referir na revisão dos 24.000 km. As das luzes de stop e médios ocorreram com 1 semana de intervalo. A luz de stop fui-me dada a saber por um enlatado que se colocou lado a lado e avisou-me. Muito simpático e cívico da parte dele. Que todos fossem assim.

Tive um par de casos em que a moto foi abaixo e custou a pegar. Talvez algum lixo do depósito que tenha entupido momentâneamente as tubagens. É sabido que não temos um filtro de combustível no percurso do combustível. Mas depois de colocado o motor em funcionamento não apresentou mais dificuldades.

O pneu da frente tem mais tendência a esvaziar ao longo do tempo do que o de trás. Estamos a falar de um prazo muito dilatado, é claro. Isto pode ajudar a justificar algum "empeno" das rodas que eu sinto ao curvar. Pode ser que alguma má montagem faça com que a selagem entre a roda e a jante não seja perfeita. Eu tenho por hábito verificar a pressão dos pneus frequentemente para manter os níveis de poupança altos. Verifico talvez de 2 em 2 enchimentos.

Desgastes
Em termos de desgastes tenho a reparar no seguinte:
Travões
Da frente: "religiosamente" a cada 12.000km. Ou seja, 12k e 24k foram trocados os calços de travão da frente. O de trás é ainda o original.

Velas
Levou nova vela aos 12.000km e aos 20.000km.

Válvulas
Acerto da folga das válvulas: 20.000km

Pneus
Os da frente são TVS e parecem que duram o dobro. Provavelmente algum dia vão ser trocados por estarem ressequidos do que por desgaste.
Os de trás são Continental e têm mais desgaste, especialmente ao meio. Por ser a roda motriz provavelmente. Mas ainda duram pelo menos mais 10.000km, penso eu.

Acidentes / incidentes
Faltando 1 semana para fazer 1 ano com a moto, tive o meu primeiro e único acidente. Um veículo no ângulo morto ao entrar na via rápida, reacção lenta devido à noite de sono mal aproveitada devido ao trabalho, toque com o espelho na carroçaria da carrinha de transporte e tombo para o lado esquerdo. Resultado pessoal, joelho esfolado e casco a chatear durante 1 mês. Mas nada partido ou outras mazelas. Nem cheguei a bater com o capacete no chão. As calças de ganga deram nuns calções de ganga, cinto das calças inutilizado e o corta vento da Berg ajudou a manter o alcatrão do lado de fora do tronco durante os poucos metros de arrastamento.
Na CBF os danos foram na carenagem de trás em redor ao assento. Pisca e espelho esquerdos. Houve um pequeno raspão na carenagem do tanque e do para-lamas frontal que ainda hoje lá estão. O patim esquerdo tal como o pedal de velocidades entortaram mas são os ainda os originais. Mas estes tal como um risco ao longo do tanque no lado direito acho que podem ter sido feitos pelos tipos do reboque. o risco no lado direito foi de certeza.
Fora isto foi um guiador novo.
O facto de ter top case deve ter ajudado a poupar a minha perna e o restante equipamento. O motor e quadro não teve nenhum risco.

Depois disto, houve 2 invernos em que a minha moto foi deitada ao chão durante a noite, pois ela pernoita em frente ao prédio. Pode ter sido alguém ou algum cão que querendo se aquecer na capota, a puxou e deitou a moto ao chão. Houve a situação de rasgos na capota à mistura, ficando a dúvida se a autoria seria animais de 4 ou 2 patas. O resultado foram um par de piscas e um guiador de cada vez.

Desempenho
Eu conduzo em média muito moderadamente. De vez em quando puxo mais por ela mas tento evitar porque já de si é perigo suficiente. Então, estando ela com 3 anos e 2 meses, ficam os seguintes dados para uma CBF125 na Madeira com percurso habitual entre a Camacha (670m de altitude) e o Funchal (0m de altitude) numa média habitual de 30km / dia de uso.

Média global: 1.93l / 100km
Melhor média num tanque: 1.82l / 100km
Pior média num tanque: 2.06l / 100km
Maior distância percorrida com 1 tanque: 645km a 1.91l/100km
Total de combustível consumido: 520,70l
Total de gastos de combustível: 779.47€
Média mensal: 20.51€
Média de custo de combustível: 1.47€ / litro
Despesa total desde a compra, acessórios, reparações, manutenções e combustível: 4684.19€
Km percorridos: (à data do último tanque) 26.912 km.
Média mensal percorrida: 708km.

Poupança/lucro de combustível em relação ao automóvel 1400cc com consumo médio de 7.8l/100km: 2306.26€
(Calculado com base no custo médio do combustível e quantos litros seriam necessários para percorrer a mesma distância no automóvel, subtraindo o valor gasto em combustível na moto).

RESULTADO
O valor de compra da moto está practicamente recuperado.
Ainda assim, por ano faço mais um par de milhares de km com o carro do que com a moto. Se usasse a moto todos os dias concerteza os ganhos seriam ainda maiores. E também não estou a contabilizar a poupança feita na dilatação de prazo nas manutenções do carro.

NOTAS FINAIS
Espero que estes dados sirvam a alguém que esteja na dúvida se deve ou não embarcar numa moto. Eu ainda não fiz algo que é importante: ter roupa adequada, calças e casaco com protecções. Apesar do meu acidente. Mas tenho já em vista um par de soluções. Porque detesto dar mais nas vistas do que o necessário. Ou seja, não gosto de casacos alusivos aos campeonatos do mundo de motociclismo ou coisas do género. Prefiro o informal. Mas felizmente a crise tem trazido ao mundo novos motociclistas que precisam de algo mais dia a dia e os fabricantes têm andado atentos.

Gosto muito de andar de moto e dá-me particular prazer quando posso fazê-lo em ritmo calmo. Mais do que a adrenalina de andar depressa. Custa por vezes abrandar mas após um minuto sentimos a calma a entrar e o prazer de disfrutar deste veículo sem tantas preocupações. Acho que toda a gente devia ter uma moto 125. É tão mais prático!
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tiagolourenco20
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Re: Diário de Bordo Zakit

Post by tiagolourenco20 »

Só tenho uma coisa a dizer. EXCELENTE DB!!!!
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Re: Diário de Bordo Zakit

Post by mix »

Obrigado por partilhares esta informação! :clapyellow
:blue Está bastante completo tirando muitas duvidas aos indecisos :blue
Continuação de muitos e bons km :rockon

[[]]
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Vemallon
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Re: Diário de Bordo Zakit

Post by Vemallon »

E dura, dura, dura.......sabe bem ouvir assim um relato despreocupado de avarias graves e dores de cabeça.
Boa exposição camarada. Obrigado pela partilha de experiências.
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AlonsoF1
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Re: Diário de Bordo Zakit

Post by AlonsoF1 »

Excelente. Grande informação. E muito útil. Basicamente tem todas as respostas que uma pessoa necessita saber quando está interessado na compra de uma mota. Em particular a CBF 125. :rockon
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Re: Diário de Bordo Zakit

Post by sergiodfn »

Excelente diário de bordo, parabéns ;)

Destaco aqui que o percurso entre a Camacha e o Funchal tem uma forte inclinação em determinada parte do percurso (logo desgaste na subida e obviamente na descida a nível dos travões), pelo que os "problemas" que tens tido de desgaste com a mota são de assinalar (pela positiva).

A minha CBF tem agora 6 meses, mas tendo por base o que me referes, quer-me parecer que vou ter uma mota por muitos e bons anos :D

Grande abraço
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barradasmen
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Re: Diário de Bordo Zakit

Post by barradasmen »

Parabéns pelo teu Diário de bordo, não vejo a hora de ter a minha cbf estas informações
são bastante úteis para quem ainda não conhece bem a mota obrigado :D
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fokemon
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Re: Diário de Bordo Zakit

Post by fokemon »

sergiodfn wrote: o percurso entre a Camacha e o Funchal tem uma forte inclinação em determinada parte do percurso (logo desgaste na subida e obviamente na descida a nível dos travões)

verdade....


nem de carro gosto de ir à Camacha (devido às subidas acentuadas)... imagino de cbf 125!!!

ja agora sobes em que mudança Zakit???


cumps
zakit
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Re: Diário de Bordo Zakit

Post by zakit »

Eu uso a via expresso que vai da Cancela até à Camacha como é óbvio. São cerca de 3 ou 4 km com uns 11% de inclinação.

Para descer muito muito raramente uso os travões. Só se estiver vento a descer os túneis. Porque o caso normal é que o motor e o atrito ao vento faz a moto vir direitinha a 70km/h que é o limite de velocidade ali. Por isso não seria por este motivo que gasto travões nem que apanharia multas :). Não sei se é normal este desgaste nos travões. Eu uso-o muito mais do que o de trás. Isso é certo. Mas se é motivo para ser desgastado em 12k, gostaria de saber da vossa experiência o que é que as vossas cbf's desgastam.

Para subir, uso a 3ª a 50km/h (a partir do túnel das Eiras). Eu poderia puxá-la até aos 60km/h mas não compensa a rotação mais alta e o desgaste que daí advém com o ganho de tempo de 20 ou 30 segundos num percurso de 4 a 5 minutos. Só se tiver pressa mesmo.

Na via rápida também é a 70km/h que geralmente ando. O objectivo é manter a velocidade estável, quer esteja a subir ou a descer. Se em descida ganhar velocidade > 70km/h então na boa mas depois deixo baixar a velocidade e mantenho nos 70km/h.
Sinto que é a velocidade para a qual o equilíbrio entre velocidade e atrito com o vento é mais equilibrado. O ideal era mesmo 60km/h mas isso é demasiado perigoso para ser aplicado na via rápida.
Last edited by zakit on 13 Dec 2014, 19:06, edited 1 time in total.
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fhanity
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Re: Diário de Bordo Zakit

Post by fhanity »

zakit wrote:Não sei se é normal este desgaste nos travões. Eu uso-o muito mais do que o de trás. Isso é certo. Mas se é motivo para ser desgastado em 12k, gostaria de saber da vossa experiência o que é que as vossas cbf's desgastam.
fiz a revisão dos 12k e tenho os travões como novos. o desgaste varia muito da conduçao e percursos.
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