Não tenho tido por hábito fazer diários de bordo mas acho que devo fazer uma entrada como uma espécie de ponto de situação.
Ponto de situação actual
A CBF cinzenta está com 3 anos e quase nos 28.000 km.
Na revisão anterior (24.000 km) houve uma desconfiança de consumo de óleo excessivo. Recomendação de verificação aos 26.000km executada por mim e apresentava o nível ao meio. Portanto ainda assim normal. Talvez tenha havido um consumo superior por ter andado com pendura e estarmos no topo do peso de carga da moto, com algumas subidas mais puxadas.
Problemas mecânicos/eléctricos
Problemas concretamente houve poucos. Se esquecermos a ferrugem que não é totalmente um assunto do passado. Estou a considerar pedir orçamento para substituição de todos os elementos que apresentem ferrugem ou pintura, conforme a peça.
Ainda neste capítulo, ao fim de quase 2 anos, os contactos eléctricos criaram uma espécie de "jorra" que começaram a fazer a iluminação cintilar. Na revisão que seria em breve esta situação foi reparada com uma limpeza aos contactos. Não mais voltou a dar problemas.
Os problemas actuais são com luzes queimadas:
- * Iluminação do quadrante do lado direito
- * Luz de médios
- * Luz de stop/presença (entretanto reparada a semana passada)
Tive um par de casos em que a moto foi abaixo e custou a pegar. Talvez algum lixo do depósito que tenha entupido momentâneamente as tubagens. É sabido que não temos um filtro de combustível no percurso do combustível. Mas depois de colocado o motor em funcionamento não apresentou mais dificuldades.
O pneu da frente tem mais tendência a esvaziar ao longo do tempo do que o de trás. Estamos a falar de um prazo muito dilatado, é claro. Isto pode ajudar a justificar algum "empeno" das rodas que eu sinto ao curvar. Pode ser que alguma má montagem faça com que a selagem entre a roda e a jante não seja perfeita. Eu tenho por hábito verificar a pressão dos pneus frequentemente para manter os níveis de poupança altos. Verifico talvez de 2 em 2 enchimentos.
Desgastes
Em termos de desgastes tenho a reparar no seguinte:
Travões
Da frente: "religiosamente" a cada 12.000km. Ou seja, 12k e 24k foram trocados os calços de travão da frente. O de trás é ainda o original.
Velas
Levou nova vela aos 12.000km e aos 20.000km.
Válvulas
Acerto da folga das válvulas: 20.000km
Pneus
Os da frente são TVS e parecem que duram o dobro. Provavelmente algum dia vão ser trocados por estarem ressequidos do que por desgaste.
Os de trás são Continental e têm mais desgaste, especialmente ao meio. Por ser a roda motriz provavelmente. Mas ainda duram pelo menos mais 10.000km, penso eu.
Acidentes / incidentes
Faltando 1 semana para fazer 1 ano com a moto, tive o meu primeiro e único acidente. Um veículo no ângulo morto ao entrar na via rápida, reacção lenta devido à noite de sono mal aproveitada devido ao trabalho, toque com o espelho na carroçaria da carrinha de transporte e tombo para o lado esquerdo. Resultado pessoal, joelho esfolado e casco a chatear durante 1 mês. Mas nada partido ou outras mazelas. Nem cheguei a bater com o capacete no chão. As calças de ganga deram nuns calções de ganga, cinto das calças inutilizado e o corta vento da Berg ajudou a manter o alcatrão do lado de fora do tronco durante os poucos metros de arrastamento.
Na CBF os danos foram na carenagem de trás em redor ao assento. Pisca e espelho esquerdos. Houve um pequeno raspão na carenagem do tanque e do para-lamas frontal que ainda hoje lá estão. O patim esquerdo tal como o pedal de velocidades entortaram mas são os ainda os originais. Mas estes tal como um risco ao longo do tanque no lado direito acho que podem ter sido feitos pelos tipos do reboque. o risco no lado direito foi de certeza.
Fora isto foi um guiador novo.
O facto de ter top case deve ter ajudado a poupar a minha perna e o restante equipamento. O motor e quadro não teve nenhum risco.
Depois disto, houve 2 invernos em que a minha moto foi deitada ao chão durante a noite, pois ela pernoita em frente ao prédio. Pode ter sido alguém ou algum cão que querendo se aquecer na capota, a puxou e deitou a moto ao chão. Houve a situação de rasgos na capota à mistura, ficando a dúvida se a autoria seria animais de 4 ou 2 patas. O resultado foram um par de piscas e um guiador de cada vez.
Desempenho
Eu conduzo em média muito moderadamente. De vez em quando puxo mais por ela mas tento evitar porque já de si é perigo suficiente. Então, estando ela com 3 anos e 2 meses, ficam os seguintes dados para uma CBF125 na Madeira com percurso habitual entre a Camacha (670m de altitude) e o Funchal (0m de altitude) numa média habitual de 30km / dia de uso.
Média global: 1.93l / 100km
Melhor média num tanque: 1.82l / 100km
Pior média num tanque: 2.06l / 100km
Maior distância percorrida com 1 tanque: 645km a 1.91l/100km
Total de combustível consumido: 520,70l
Total de gastos de combustível: 779.47€
Média mensal: 20.51€
Média de custo de combustível: 1.47€ / litro
Despesa total desde a compra, acessórios, reparações, manutenções e combustível: 4684.19€
Km percorridos: (à data do último tanque) 26.912 km.
Média mensal percorrida: 708km.
Poupança/lucro de combustível em relação ao automóvel 1400cc com consumo médio de 7.8l/100km: 2306.26€
(Calculado com base no custo médio do combustível e quantos litros seriam necessários para percorrer a mesma distância no automóvel, subtraindo o valor gasto em combustível na moto).
RESULTADO
O valor de compra da moto está practicamente recuperado.
Ainda assim, por ano faço mais um par de milhares de km com o carro do que com a moto. Se usasse a moto todos os dias concerteza os ganhos seriam ainda maiores. E também não estou a contabilizar a poupança feita na dilatação de prazo nas manutenções do carro.
NOTAS FINAIS
Espero que estes dados sirvam a alguém que esteja na dúvida se deve ou não embarcar numa moto. Eu ainda não fiz algo que é importante: ter roupa adequada, calças e casaco com protecções. Apesar do meu acidente. Mas tenho já em vista um par de soluções. Porque detesto dar mais nas vistas do que o necessário. Ou seja, não gosto de casacos alusivos aos campeonatos do mundo de motociclismo ou coisas do género. Prefiro o informal. Mas felizmente a crise tem trazido ao mundo novos motociclistas que precisam de algo mais dia a dia e os fabricantes têm andado atentos.
Gosto muito de andar de moto e dá-me particular prazer quando posso fazê-lo em ritmo calmo. Mais do que a adrenalina de andar depressa. Custa por vezes abrandar mas após um minuto sentimos a calma a entrar e o prazer de disfrutar deste veículo sem tantas preocupações. Acho que toda a gente devia ter uma moto 125. É tão mais prático!