Apesar de este post ser antigo, achei por bem desenterrá-lo. Pois posso dar alguma informação sobre estes capacetes.
Eu comprei um destes, modular. O Reevu FSX1. É uma marca inglesa. O retrovisor não atrapalha nada, até o coloquei na posição mais estendida. Na falta da viseira escura, ele serve de pala de sol.
A imagem do retrovisor é algo turva mas dá perfeitamente para ver o trânsito atrás e se estiver em trânsito de cidade, dá para ler a matrícula. À noite só practicamente dá para ver as luzes e pouco mais, mas mesmo isso é o suficiente para perceber as movimentações na rectaguarda de um relance.
Se tiver pendura, dificilmente se vê mais do que a cara da(o) pendura. Vai depender obviamente da altura a que ela(e) está e se ela(e) gosta de ir olhando para a frente por cima do ombro ou fica estática(o).
A vantagem deste espelho é ter uma imagem completa do que se passa atrás, em vez de ter de consultar as 2 metades que os espelhos da moto proporcionam, ainda por cima desfasadas pois só conseguimos ver 1 de cada vez e há muito a se passar num lado enquanto se olha para o outro. Além disso, não conseguem cobrir todos os ângulos. Há momentos em que tive motos e mesmo carros atrás de mim e não dar por isso, por circunstâncias da estrada e das suas movimentações relativas na estrada.
Quando estamos a entrar numa via rápida (ou auto-estrada) numa via de aceleração que faz curva, podemos virar a cabeça para controlar o trânsito que lá vem quando os espelhos não nos servem de nada porque a estrada sendo curva, não fica no ângulo destes.
Há alguma habituação que é necessária, pois ao contrário do espelho retrovisor dos carros, este vai apontar para onde a nossa cabeça aponta. Refiro-me mais a quando queremos ver o ângulo morto dos espelhos. Faz alguma confusão inicialmente, mas nada de especial. Acho que é mais pelo facto da imagem não ser perfeita.
De qualquer forma, nada substitui o olhar por cima do ombro. Apesar de tudo continuo a fazê-lo, porque é seguro e não se paga mais. Esse olhar cobre o ângulo morto sem quaisquer dúvidas, especialmente quando entramos numa via diferente. Depois podemos ir controlando o que se passa com o espelho retrovisor.
O meu único acidente foi por um carro que estava no meu ângulo morto que eu não reparei, por não ter olhado por cima do ombro enquanto entrava na via rápida. Não digo que se tivesse este capacete na altura o teria evitado, mas acho que este sistema me dá mais informação de uma assentada e me dá mais controlo sobre o que se passa à minha volta.
Quanto ao conforto do capacete, o formato da minha cabeça não encaixou perfeitamente com este capacete. Sentia pressão na nuca inicialmente. Depois foi-se ajustando e actualmente não tenho grande motivo de queixa.
Ele é bem mais silencioso que o meu Caberg Rhyno / Trip. No entanto não é nenhum bunker.
No início, a abertura de ar frontal era muito rígida. Ao longo deste ano e meio de uso, o plástico desgastou-se e perdeu a capacidade de se segurar na posição de abertura intermédia. No entanto isso não é nada que atrapalhe. Continua a ser fácil abrir e fechá-la com luvas. Até é mais fácil agora.
Se acontecer estragar o capacete, garantidamente comprarei outro. Porque embora a minha cabeça não seja compatível a 100% com o capacete, o tempo inicial de desconforto até as esponjas internas se ajustarem e as durações curtas das minhas viagens (raramente ultrapassando os 25 minutos seguidos) é compensado pelo ganho de awareness do ambiente circundante. Acho que é uma mais valia de segurança.
Comprei directamente ao representante: Clutch Portugal. Pois tive imensa dificuldade em encontrar o capacete em lojas.
